Durante boa parte do século XIX era evidente que o Estado intervia nas manifestações artísticas a fim de controlar a população, determinando sem consulta-lo o que o público deveria ou não assistir. Os filmes de terror, tanto os nacionais quanto internacionais, foram um grande alvo da censura por conter cenas tidas como inapropriadas, pois naturalmente incluíam nas suas cenas práticas de crimes e muita violência, dois dos itens que eles mais perseguiam. Outros filmes que mostravam elementos preconceituosos sobre o Brasil, como “O Holocausto Canibal” do diretor Ruggero Deodato, foram impedidos por degradarem a imagem nacional. Esse filme em específico se passava na floresta amazônica e mostrava os índios brasileiros desumanizados e agressivos. Além disso ele se desdobrou em várias repercussões polemicas. Para contornar a censura, diretores de cinema dirigiam obras de outros gêneros e buscavam fazer cenas cada vez mais distintas. Filmes de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, foram censurados e até banidos dos cinemas. Alguns filmes esperariam muito tempo para serem liberados, como “O Massacre da Serra Elétrica”, que aqui esperaria a sua estreia por 13 anos!
            Em tempos de democracia, as mesmas cenas de filmes de terror continuam, não mais censurando, porém, determinando orientação de restrições de assistência por faixa etária, variando de acordo com o seu conteúdo. Mesmo assim filmes com conteúdo extremamente agressivos ficam proibidos, não somente no Brasil, mas também em vários países, como no caso dos dois filmes de “Centopeia Humana”, filme de terror trash, no qual um médico tem a obsessão de mutilar e torturar pessoas vivas. A recomendação é determinada de acordo com o conteúdo do filme; o quão sanguinário e violento são as suas cenas e se tem nudez, indicações ou sexo propriamente dito no conteúdo. A maioria dos filmes de Terror recebem a recomendação de 14 anos e os mais violentos, como Jogos Mortais 3 (2006), recebem a recomendação de 18 anos.

Para você os filmes deveriam ser classificados dessa maneira? Deveriam ser proibidos? A arte deve ter um limite? Ou ela deve ser exercida em total liberdade? Essas perguntas continuam sendo debatidas desde o começo da história da produção de filmes de terror.

Bibliografia:

Simões, Inimá. Roteiro da Intolerância: a censura cinematográfica no Brasil - São Paulo: Editora SENAC, 1999

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